sábado, 12 de abril de 2008

Porque eu não gosto de música gospel

(Artigo original: http://www.reclaimingthemind.org/blog/2007/05/25/why-i-dont-like-christian-music/#more-191 )
" Bem, o título telegrafou minha falta de entusiasmo pela música cristã, então não vou fazer um post organizado. Pronto, desabafei. Eu não gosto de música gospel. Na verdade, penso que a música cristã é uma coisa errada. Sei que alguns de vocês não vão concordar comigo, mas eu estou certo. Vocês devem simplesmente dar me razão dessa vez. Tá bem, talvez tenha exagerado, mas deixem-me expressar minha estranha paixão aqui de qualquer forma. :) Por que eu não gosto de música gospel? Boa pergunta. Já me perguntei várias vezes. O que acontece comigo é assim: eu vou dirigindo e escutando um locutor de rádio. Termina a transmissão do programa Renovação da Mente, e é substituído por uma hora de música cristã. Eu mudo de estação imediatamente procurando outra música. Talvez algo dos anos 90. Os anos 90 foram uma ótima década para a música. Aqui está a minha ordem de preferência:

1. U2
2. Lifehouse
3. Creed
4. Cranberries
5. Alanis Morresette
6. Smashing Pumkins
7. Matchbox 20
8. Nickleback
9. REM
10. Pearl Jam

Essa é a minha lista. Na verdade, pode ver o meu tocador de MP3 e você vai ver a mesma lista. Sei o que você está pensando. Nenhum grupo acima é cristão. Alguns chegaram a ser considerados anti-cristãos. Mesmo U2, Lifehouse e Creed, tendo membros cristãos, não são bandas cristãs. Eu gosto disso. Na verdade, se eles mudassem e tivessem o título de "rock cristão" eu provavelmente abaixaria a cabeça com tristeza e pararia de ouví-los. Acharia que "eles cederam à pressão da rede de sub-cultura cristã." Eu precisaria de mais de um post de blog para explicar meus motivos para isso (especialmente porque eu mesmo não compreendo-os completamente), mas deixe-me mostrar alguns pensamentos. De forma geral, não gosto da mentalidade cristã de que os crentes devem criar sub-culturas cristãs para serem verdadeiramente crentes. Temos sub-culturas para tudo. Quando as pessoas vêm à igreja elas têm que aprender uma linguagem diferente, mudar a forma que se vestem, ler somente livros cristãos, começar a gostar de órgão (pelo amor de Deus) , e limitar sua diversão cinematográfica à Paixão de Cristo e Deixados para Trás. Por quê? Porque nós precisamos nos conformarmos à sub-cultura que diz que tudo fora da sub-cultura cristã é mau na pior das hipóteses e perigoso na melhor das hipóteses.
Eu não gosto especialmente de uma sub-cultura num gênero que é um gênero humano: a música. O que que isso quer dizer? Creio que a igreja deve existir como igreja, representando Cristo na cultura. Isto não quer dizer simplesmente que nós devemos sair oferecendo o evangelho a todas as pessoas que virmos (por mais importante que seja evangelismo), mas sim representando Cristo sendo humanos. Nós fazemos parte de uma cultura, nós não somos uma sub-cultura. Se uma pessoa tem inclunação musical, ele ou ela pode honrar a Deus com sua música, mas isso não quer dizer necessariamente que toda música que cantem contém as palavras "Jesus", "Deus", ou "salvo". Por que é que quando as pessoas se tornam crentes na indústria musical se sentem pressionados a somente cantar músicas sobre Cristo?
Deixe-me ser direto: penso que a maioria das músicas gospel são falsas.
Eu prefiro ouvir sobre as vidas verdadeiras das pessoas, lutas verdadeiras, paixões verdadeiras a coisa rasa que eu ouço que vem da indústria gospel. Transparência é a chave. Eu prefiro ouvir alguém lutando sinceramente com as dificuldades da vida a ouvir àqueles que agem como se tivessem todas as respostas quando sei que não é mesmo o caso. Eu prefiro ouvir alguém sinceramente xingando Deus a louvando seu nome hipocritamente. Música tem a ver com tocar a parte mais profunda da alma humana, tomando posse das paixões de tal maneira que nenhuma outra forma de comunicação consegue. Um filósofo Grego já disse "Você pode ter governo e educação, mas me dê a música e eu controlarei as pessoas". Música tem a ver com encontrar as pessoas onde elas estiverem. Por exemplo, Disarm do Smashing Pumpkins mais pergunta do que dá respostas. Cumbersome do Seven Mary Three mesmo que deprimente aborda situações reais onde a vida é impressionante e triste. Este é um componente essencial na música. As lutas, alegrias, raivas, frustrações entram em você e dizem "a vida é assim". Não deve nunca venerar a sub-cultura, mas comunicar às pessoas aonde elas estiverem. Não foi isso que Davi fez nos Salmos? Os Salmos não são música? Mas os Salmos são reais. Alguns gritam com Deus com ira verdadeira, outros louvam sua criação. Até o Cântico dos Cânticos é sobre vida real. É sobre sexo e não precisa mencionar Deus nenhuma vez para honrá-lo.
Não estou dizendo que a música deve procurar banalizar e glorificar o pecado, mas ela não deve tampouco evitar os problemas do pecado. Também não estou dizendo que a música que listei acima necessariamente honra a Deus, mas pelo menos é real. O U2 canta músicas verdadeiras. O Bono, the Edge, Larry Mullin e Adam Clayton são todos crentes, mas não são uma banda cristã. Por quê? Porque eles querem causar um impacto no mundo real, falando de problemas reais com sinceridade, abertura e transparência. Se eles entrassem no gênero "gospel", eles teriam que usar a mesma máscara que todos os outros. Eles sabem disse e sabiamente se mantêm fora da sub-cultura musical cristã.
Não tem razão para os crentes criarem sub-culturas. Na verdade, é uma concessão. Deus criou a música. Ele não requer que você mencione seu nome em todas as músicas mais do que ele requer em cada email ou conversa que você tem. A vida verdadeira pode honrar a Deus sem mencionar o seu nome. Não sou contra mencioná-lo, mas deixe que sua música reflita o mundo
real. Ele deve ser honrado em todas as coisas. A mesma coisa pode ser dita sobre toda diversão. Eu não gosto da indústria de vídeo cristã pelos mesmos motivos, mas isso é um outro post.
Podem soltar os cachorros agora.

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